Reportagem C&R 2025 | Madrid
A edição de 2025 da C&R, realizada na IFEMA Madrid, voltou a juntar milhares de profissionais (102 mil) num encontro que reafirmou a vitalidade do setor e o ritmo acelerado da transição energética nos edifícios. Durante três dias, fabricantes, instaladores, projetistas e entidades setoriais partilharam tendências, desafios e caminhos possíveis para uma indústria que está a viver uma transformação profunda.
Há feiras que se visitam. E há feiras que se vivem.
A edição conjunta da C&R, GENERA e MATELEC, este ano reunidas sob a Semana Internacional da Eletrificação e Descarbonização, pertence claramente à segunda categoria. Madrid recebeu mais de 102 mil profissionais, mas a sensação no terreno era a de estar numa espécie de aldeia global de engenheiros, instaladores, projetistas, fabricantes e decisores onde todos pareciam ter algo urgente e importante a trocar: ideias.
Realizadas entre 18 e 20 de novembro, as três feiras criaram um ecossistema que cobre toda a cadeia de valor da energia: climatização, refrigeração, eficiência, digitalização, instalações elétricas e soluções integradas. O recinto tornou-se um ponto de encontro onde fabricantes, instaladores, distribuidores, projetistas, engenharias, arquitetos e entidades públicas circularam como parte de um mesmo sistema — um verdadeiro laboratório vivo de ideias, soluções e tendências.
A C&R 2025, em particular, apresentou-se com uma edição sólida e madura. O destaque foi a afirmação clara da bomba de calor como tecnologia dominante na climatização do futuro, acompanhada pela evolução das soluções de alta eficiência e pela integração cada vez mais natural da digitalização. Na sua 27.ª edição, reuniu 45.000 profissionais de 88 países e exibiu soluções de mais de 400 empresas, desde inovação em qualidade do ar interior e manutenção inteligente até sistemas orientados para a descarbonização dos edifícios.
Em paralelo, a Semana Internacional da Eletrificação e da Descarbonização somou mais de 800 expositores e 57.000 visitantes profissionais, com 10% de participação internacional oriunda de 76 países. Europa liderou as presenças, com Portugal, Itália, Alemanha e França em destaque, seguida da América e de África, especialmente do Magrebe. GENERA reafirmou o seu papel como principal encontro ibérico dedicado às renováveis, armazenamento e transição energética, evidenciando o avanço da hibridização de sistemas e a urgência da reabilitação energética. Já a MATELEC reforçou a importância da digitalização e da gestão energética no setor elétrico, consolidando-se como ponto de encontro essencial para eletrificação, automação, materiais e eficiência em edifícios e ambientes industriais. A edição contou ainda com o patrocínio principal da Simon, que apresentou o CLUB by Simon, um espaço especialmente dedicado ao instalador profissional.
Resumo de três dias de feira
O arranque da feira mostrou que a digitalização deixou de ser tendência para se tornar requisito. Os expositores apresentaram soluções pensadas para monitorizar, prever e otimizar o desempenho das instalações, com destaque para:
O setor B2B está claramente a procurar sistemas que reduzam custos operacionais e melhorem a continuidade de serviço — especialmente em edifícios comerciais e industriais. A conectividade tornou-se um argumento decisivo na escolha de equipamentos.
O segundo dia foi marcado pelos temas ligados à refrigeração comercial e às exigências que chegam com as novas regras de ecodesign e com a redução progressiva dos gases fluorados.
As empresas mostraram:
A sensação geral é que a tecnologia está pronta, mas o mercado continua a procurar clareza quanto às quotas, calendários e critérios que irão orientar as decisões de investimento nos próximos anos.
O último dia trouxe a discussão mais estratégica da feira: a descarbonização dos edifícios. Entre fóruns e mesas temáticas, tornou-se evidente que:
Apesar do otimismo tecnológico, o setor aponta a incerteza regulatória como principal entrave. A aplicação da Directiva do Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), a definição de prazos realistas e a articulação entre políticas nacionais e europeias são temas que continuam a gerar preocupação entre fabricantes e operadores.
A etapa final da C&R fechou com demonstrações técnicas e sessões práticas, sublinhando a importância da formação contínua num mercado que evolui a grande velocidade.
Esta edição encerra com confiança no caminho percorrido e com a certeza de que os próximos anos serão decisivos para consolidar edifícios verdadeiramente inteligentes e preparados para as metas climáticas europeias.
A revista 'O Instalador' continuará a acompanhar as tendências que moldam o futuro do setor.
UM SETOR CADA VEZ MAIS CONECTADO: ENERGIA, CONFORTO E DIGITALIZAÇÃO
A realização paralela com a GENERA e a MATELEC reforçou uma visão clara de futuro: as fronteiras entre energia, climatização e eletricidade estão a desaparecer.
As soluções mais procuradas pelos visitantes foram precisamente aquelas que cruzam estes três mundos.
Do conjunto da feira emergem quatro mensagens claras:
Para mais informações, visite o website da C&R 2025

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