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Dossier Smart Cities

Especialista em.... Mobilidade Elétrica

23/10/2025

“A crescente procura por soluções 'one-stop-shop' no setor da mobilidade elétrica sublinha a necessidade de qualidade, fiabilidade e um serviço pós-instalação robusto. Isto é particularmente relevante em projetos complexos, como instalações múltiplas, carregamento rápido ou a integração com fontes de energia renovável”

"É fundamental que as empresas que atuam neste setor, como é o caso da Sotecnisol Power, prestem consultoria e planeamento personalizado, avaliando a capacidade elétrica e propondo soluções tecnológicas avançadas, incluindo carregamento rápido e ultrarrápido, e sistemas inteligentes de gestão de energia"
A mobilidade elétrica afirma-se como peça central na transição energética, mas a sua expansão depende de um desafio decisivo: a criação de uma rede sólida e eficiente de infraestruturas de carregamento. Entre obstáculos técnicos e entraves regulatórios, a implementação destes sistemas exige soluções inovadoras, modelos de negócio flexíveis e um enquadramento legal mais ágil. Só assim será possível acelerar a adoção dos veículos elétricos e garantir um futuro alinhado com as metas de descarbonização.
Filipe Bello Morais, Senior Board Advisor no Grupo Sotecnisol
Filipe Bello Morais, Senior Board Advisor no Grupo Sotecnisol.

Quais são os principais desafios técnicos e regulatórios que condicionam a massificação da mobilidade elétrica?

A transição para a mobilidade elétrica é um pilar fundamental da sustentabilidade, mas a sua massificação depende criticamente da criação de uma rede robusta de infraestruturas de carregamento. A implementação destas infraestruturas, especialmente em parques empresariais, hotéis e condomínios, enfrenta desafios técnicos e regulatórios complexos que exigem soluções inovadoras e integradas.

Do ponto de vista técnico, que barreiras se colocam atualmente à instalação de infraestruturas de carregamento?

Os desafios técnicos são multifacetados. A capacidade da rede elétrica existente, muitas vezes, não foi concebida para suportar múltiplos carregamentos em simultâneo, o que exige a implementação de sistemas de gestão dinâmica de cargas (load-sharing) para evitar sobrecargas e otimizar a distribuição de energia. A limitação de espaço físico, particularmente em áreas urbanas densas, impõe a necessidade de layouts otimizados e soluções de design que minimizem o impacto. Além disso, a integração dos postos de carregamento com sistemas de gestão energética já em operação – como Energy Management Systems (EMS), smart grids e baterias de armazenamento – é crucial para um funcionamento eficiente, permitindo, por exemplo, o carregamento em períodos de menor custo ou o uso de energia renovável.

E em termos regulatórios, que obstáculos dificultam a concretização destes projetos?

Paralelamente, a complexidade das normas técnicas e de segurança, os morosos processos de licenciamento e a dificuldade em aceder a incentivos e subsídios governamentais representam barreiras regulatórias significativas que podem atrasar ou inviabilizar projetos. A conformidade com a legislação específica de cada jurisdição e a navegação eficiente pelos processos burocráticos são, por isso, essenciais para o sucesso e a viabilidade financeira das infraestruturas.

Neste cenário, a crescente procura por soluções 'one-stop-shop' no setor da mobilidade elétrica sublinha a necessidade de qualidade, fiabilidade e um serviço pós-instalação robusto. Isto é particularmente relevante em projetos complexos, como instalações múltiplas, carregamento rápido ou a integração com fontes de energia renovável. A excelência técnica e operacional, aliada a um suporte contínuo, são fatores diferenciadores para garantir a longevidade e o desempenho dos sistemas.

De que forma as empresas especializadas podem apoiar esta transição e que modelos de negócio estão a emergir neste setor?

É fundamental que as empresas que atuam neste setor, como é o caso da Sotecnisol Power, prestem consultoria e planeamento personalizado, avaliando a capacidade elétrica e propondo soluções tecnológicas avançadas, incluindo carregamento rápido e ultrarrápido, e sistemas inteligentes de gestão de energia. A gestão integral do ciclo de vida do projeto, desde o licenciamento até à instalação e manutenção, é crucial para garantir conformidade regulatória e reduzir entraves burocráticos.

É igualmente importante que se desenvolvam modelos de negócio inovadores, com tecnologia capaz de otimizar em tempo real os ciclos e custos de carregamento, com base em algoritmos que analisam preços de eletricidade, disponibilidade de energia solar e padrões de procura. Esta abordagem permite a faturação dinâmica e a tarifação inteligente, beneficiando os utilizadores com tarifas mais competitivas e contribuindo para a estabilidade da rede elétrica.

A integração de infraestruturas de carregamento com sistemas de gestão energética e fontes renováveis, como centrais solares fotovoltaicas e baterias de armazenamento, é outra vertente essencial. Uma integração que permite o uso da energia solar, o armazenamento de energia e a gestão inteligente da rede (smart grids), otimizando o autoconsumo, reduzindo custos e promovendo a sustentabilidade.

Modelos de investimento diferenciadores, onde o custo da infraestrutura e equipamentos é assumido por um operador, partilhando a receita gerada, são também cruciais para reduzir a barreira de entrada para as empresas. A Sotecnisol Power tem atuado precisamente nestas frentes, desenvolvendo e implementando estas soluções e modelos.

De facto, a implementação de infraestruturas de carregamento para veículos elétricos exige uma compreensão profunda dos desafios técnicos e regulatórios, bem como uma aposta contínua na inovação. É crucial desenvolver soluções integradas e modelos de negócio flexíveis para acelerar a adoção da mobilidade elétrica e consolidar um futuro mais sustentável e alinhado com as metas de descarbonização.

Filipe Bello Morais é, atualmente, Senior Board Advisor no Grupo Sotecnisol.

Conta com mais de 25 anos de experiência no setor de Energia e Potência, e dedicou grande parte da sua carreira ao negócio das energias renováveis. A sua especialização abrange o setor solar fotovoltaico, desde projetos de grande escala (Utility Scale) a instalações comerciais e industriais (C&I) e Comunidades de Energia, bem como aplicações de Biometano, incluindo soluções Waste-to-Energy e ORC. É Mestre em Engenharia Química Industrial pela Universidade Nova de Lisboa, e conta ainda com um MBA em Estratégia e Gestão de Negócios pelo ISEG – Lisbon School of Economics and Management.

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