Informação profissional do setor das instalações em Portugal
Entrevista a Bruno Pereira, responsável comercial de ar condicionado da Panasonic em Portugal

“Encaramos a transição energética como uma excelente oportunidade para revolucionar o setor HVAC em Portugal”

Sónia Ramalho18/06/2025
O mercado português de climatização está a crescer impulsionado pela transição energética, reabilitação urbana e novas exigências ambientais, pelo que a Panasonic quer posicionar-se na linha da frente com soluções inovadoras, eficientes e alinhadas com as metas de descarbonização. Em entrevista ao Instalador, Bruno Pereira destaca o lançamento de novos equipamentos com refrigerantes ecológicos, o reforço da conectividade IoT e os investimentos da empresa em tecnologias limpas, tanto ao nível dos produtos, como da produção.
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Como tem evoluído o mercado português de climatização nos últimos anos? As preferências dos consumidores influenciam o desenvolvimento de novos produtos pela Panasonic?

O mercado português de climatização tem demonstrado uma evolução positiva nos últimos anos, impulsionado pela transição energética, pela reabilitação do parque imobiliário e pelo reforço das normas ambientais. Estes fatores, combinados com os incentivos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estão a criar oportunidades em diversos segmentos do setor.

No segmento residencial, mesmo sendo um mercado já consolidado, observa-se um crescimento contínuo, principalmente devido à necessidade de substituir equipamentos antigos por soluções mais eficientes e sustentáveis.

No que diz respeito aos sistemas de caudal variável de refrigerante (VRF), o mercado está a experienciar um dinamismo significativo, impulsionado pelo investimento privado e por projetos de reabilitação energética de forma a cumprir as novas exigências regulamentares. O financiamento proveniente do PRR também tem contribuído, de forma decisiva, para este desenvolvimento.

O segmento das tecnologias hidrónicas (Chillers) também apresenta importantes oportunidades, tanto em projetos de substituição, como em novas instalações. As soluções ar-água estão em crescimento devido à sua eficiência energética e à capacidade de cumprir as atuais exigências normativas.

Por fim, o mercado das bombas de calor ar-água está a demonstrar sinais de recuperação, especialmente através de soluções mais simples e fáceis de instalar, adaptando-se às novas necessidades dos consumidores portugueses.

Assim, o mercado português está a alinhar-se com as tendências europeias rumo à descarbonização, apresentando perspetivas promissoras de crescimento em soluções de climatização que sejam sustentáveis, inteligentes e eficientes.

As preferências dos consumidores influenciam o desenvolvimento de novos produtos pela Panasonic?

Certamente, na Panasonic, nossa abordagem à inovação considera tanto as preferências dos consumidores, quanto as necessidades dos profissionais do setor, sempre em conformidade com as exigências da legislação europeia. Dessa forma, as nossas soluções focam-se em oferecer a máxima eficiência energética, com sistemas capazes de gerir, de forma inteligente, o consumo e de contribuir ativamente para a descarbonização do planeta.

Neste compromisso com a sustentabilidade, investimos em refrigerantes naturais, como o R290, que combinam baixo impacto ambiental com elevado desempenho técnico. Além disso, nas nossas gamas domésticas e de retalho, incorporamos tecnologias exclusivas, como o nanoe™ X, desenvolvida e patenteada pela Panasonic. Purifica o ar interior, neutralizando contaminantes, vírus e bactérias, e melhorando significativamente a qualidade do ar interior.

Que novos produtos vão lançar ainda este ano e que gostaria de destacar?

No âmbito doméstico, destacamos a nova linha RAC Solo, que oferece soluções com refrigerantes R32 e R290. Esta nova bomba de calor ar-ar não tem unidade exterior e necessita apenas de duas pequenas aberturas para o exterior para trocar calor. A unidade hipercompacta RAC Solo, com 165 mm de profundidade, adapta-se facilmente a qualquer espaço sem comprometer o design. Disponível em quatro modelos, oferece potências de refrigeração de 1,7 kW até 2,9 kW, e de aquecimento entre 1,7 kW e 2,8 kW. Esta bomba de calor, além de eficiente, é sustentável porque utiliza refrigerantes de última geração: R32 nos modelos 20, 25 e 30, e R290 no modelo 16. Com um nível sonoro reduzido, é ideal para zonas sensíveis ao ruído, como quartos, especialmente em hotéis.
A nova linha RAC Solo, que oferece soluções com refrigerantes R32 e R290
A nova linha RAC Solo, que oferece soluções com refrigerantes R32 e R290.
Outra novidade é a série Jet Air Stream com refrigerante R32, concebida para grandes espaços que necessitam de uma elevada distribuição de ar, como ginásios, áreas de produção e armazéns. Esta solução oferece um elevado volume de ar até 5000 m³/h e uma distância máxima de projeção de 30 m. Com difusores de ar autodirecionáveis e controlo preciso da temperatura, evita estratificação e mantém uma temperatura ideal na zona ocupada.
A série Jet Air Stream com refrigerante R32, concebida para grandes espaços que necessitam de uma elevada distribuição de ar...
A série Jet Air Stream com refrigerante R32, concebida para grandes espaços que necessitam de uma elevada distribuição de ar.
No setor comercial, apresentamos o inovador sistema ECOi EX MZ1, que representa um avanço significativo na evolução dos sistemas VRF. Este modelo, de design compacto, utiliza o refrigerante R32, oferecendo maior eficiência com uma redução de 57% na quantidade de refrigerante utilizado e um GWP menor, promovendo uma harmonização entre sustentabilidade e desempenho técnico. O modelo MZ1 incorpora melhorias em capacidade, controlo e facilidade de instalação.

Como a Panasonic está a adaptar estes novos produtos face ao aumento da procura por soluções de climatização, impulsionado pelas alterações climáticas?

A Panasonic responde ao crescente desafio climático e ao aumento da procura por soluções de climatização com um firme compromisso com a sustentabilidade, inovação tecnológica e eficiência energética.

Uma das principais linhas de ação é a incorporação de refrigerantes de baixo impacto ambiental, como o R32 e o R290, na maioria das nossas gamas. Estes refrigerantes naturais reduzem significativamente o potencial de aquecimento global (GWP) e melhoram a eficiência energética dos equipamentos, alinhando-se com as normas europeias mais exigentes. Além disso, os nossos sistemas são concebidos para minimizar o consumo energético sem comprometer o conforto, graças a tecnologias inteligentes que otimizam o funcionamento de acordo com o ambiente e a necessidade real.

Em resumo, desenvolvemos soluções mais limpas, inteligentes e eficientes que respondem às necessidades atuais e contribuem para os objetivos globais de descarbonização e adaptação às alterações climáticas.

E como têm integrado tecnologias inteligentes, como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial, nos sistemas de ar condicionado, em resposta à crescente procura por soluções para edifícios inteligentes?

A Panasonic tem integrado progressivamente tecnologias inteligentes nos seus sistemas de climatização para responder à crescente procura de soluções conectadas em edifícios inteligentes. Há anos que oferecemos funções de controlo remoto que permitem aos utilizadores monitorizar o consumo energético, ajustar configurações e gerir os equipamentos através de dispositivos móveis, melhorando eficiência e experiência.

Recentemente demos um passo decisivo ao centralizar o controlo na aplicação Panasonic Comfort Cloud, que unifica a gestão de múltiplos sistemas numa única plataforma, proporcionando um controlo mais intuitivo, eficiente e flexível, tanto residencial, como comercial. Estas soluções estão preparadas para se integrar com tecnologias de automação e domótica, evoluindo para inteligência artificial com capacidades de análise de padrões de uso e otimização automática para maximizar conforto e minimizar consumo.

Quais os principais desafios e oportunidades que a Panasonic identifica na atual transição energética, especialmente no contexto do setor AVAC em Portugal?

Encaramos a transição energética não apenas como um desafio, mas como uma excelente oportunidade para revolucionar o setor HVAC em Portugal, alinhando-o com metas de sustentabilidade, eficiência e digitalização.

Um dos principais desafios é acelerar a adoção de tecnologias mais eficientes e sustentáveis num mercado que, apesar de crescer, ainda tem muitos sistemas obsoletos. A eficiência energética é um aspeto fundamental: as nossas soluções, como bombas de calor ar-água e sistemas VRF com refrigerantes de baixo GWP (R32 e R290), foram desenvolvidas para oferecer o máximo desempenho com consumo mínimo, atendendo às normas e às expectativas dos consumidores.

Outro desafio importante é a qualidade do ar interior, cada vez mais valorizada em residências, escritórios e espaços comerciais. Tecnologias exclusivas como o nanoe™ X proporcionam uma vantagem clara, melhorando o ambiente interior ao inibir vírus, bactérias, bolores e alergénios, ao mesmo tempo em que realizam a climatização.

Por fim, a conectividade representa um desafio tecnológico e uma oportunidade de valor. Com a plataforma Panasonic Comfort Cloud e integração IoT, facilitamos monitorização remota, gestão energética e manutenção preditiva, melhorando eficiência e conforto.

Que medidas têm vindo a adotar para reforçar a eficiência energética dos equipamentos e reduzir a pegada carbónica, em linha com os objetivos de sustentabilidade atuais?

Além de reduzir o consumo dos nossos sistemas HVAC e utilizar gases refrigerantes naturais, a Panasonic está a implementar várias iniciativas nas suas fábricas para reduzir a pegada de carbono, alinhando-se com o seu compromisso global do Green Impact Plan, que visa reduzir 300 milhões de toneladas de CO₂ até 2050.

Em setembro de 2023, foram alcançadas 31 fábricas com emissões zero, com objetivo de chegar a 37 fábricas em 2025 e atingir emissões CO₂ zero em todas as fábricas do grupo até 2030. A fábrica localizada no País de Gales iniciou operações totalmente movidas a energia renovável em dezembro de 2024, eliminando a dependência de fontes externas.

Além disso, as fábricas apresentam uma taxa de reciclagem de resíduos industriais superior a 99%, e a Panasonic estabeleceu o objetivo de utilizar 90 mil toneladas de resinas recicladas entre 2023 e 2025, duplicando o volume anterior.

Estamos também a implementar sistemas avançados de gestão energética, como os Factory Energy Management Systems (FEMS), para melhorar o controle e a supervisão do consumo de energia. Essas iniciativas fazem parte do compromisso da Panasonic de reduzir 16 milhões de toneladas de CO₂ até 2025 e mais de 300 milhões até 2050, contribuindo para a descarbonização global.

Quais as principais tendências que irão marcar o setor AVAC nos próximos anos e como estão a preparar-se para dar resposta?

O setor HVAC está em transformação devido a fatores tecnológicos, ambientais, legislativos e sociais. Identificamos quatro tendências principais:

Eficiência energética e sustentabilidade: Redução do consumo e da pegada de carbono, uso de refrigerantes ecológicos com baixo GWP e integração com fontes de energia renovável, como a solar.

Sistemas modulares e flexíveis que se adaptam facilmente a diferentes espaços, tamanhos e necessidades, com capacidade de ampliação ou redução rápida.

Qualidade do ar interior A purificação, o controle da humidade e a filtração do ar tornaram-se prioridades, especialmente após a pandemia, refletindo a crescente preocupação com a saúde e o bem-estar.

Integração fácil com IoT para monitorização remota A conectividade com a Internet das Coisas (IoT) facilita a monitorização remota, a manutenção preditiva e o controle inteligente, permitindo otimizar o consumo de energia em tempo real, com destaque para o uso de inteligência artificial.

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