A inclusão da bioenergia avançada vai além da diversificação das fontes energéticas. Trata-se de uma abordagem significativamente mais sustentável e resiliente, que garante a Portugal uma considerável segurança energética.
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, escrevia Luís de Camões numa época em que ninguém conseguiria imaginar as transformações que viríamos a viver séculos depois, nunca fora um verso tão aplicável à atualidade. Agora, ouso perguntar: mudaram-se os tempos, mas será que as vontades de caminhar rumo a um melhor amanhã acompanharam as mudanças? Todo o mundo é composto de mudança, disse o poeta, e que melhor momento para refletir sobre isso do que neste cenário em que o imperativo da transformação se entrelaça com a urgência de um novo paradigma energético?
A verdade é que vivemos num período de transição, onde é crucial repensar os nossos hábitos e modelos económicos - e é neste contexto que a bioenergia avançada se apresenta como uma verdadeira revolução. Produzidos através de resíduos orgânicos - dos molhos e óleos alimentares usados até às algas e borras de café - os biocombustíveis e outros avançados permitem uma redução de emissões entre os 84% e os 97%. Desta forma, entende-se que, para além de garantir uma transição energética eficaz, a bioenergia avançada é mais do que um dos pilares da sustentabilidade: é uma aliada imprescindível da economia circular e descarbonizada, especialmente para as empresas. Esta redução não só fortalece a posição das empresas no mercado, mas também as coloca na vanguarda da sustentabilidade empresarial, o que pode atrair clientes, investidores e parceiros comerciais que valorizam práticas eco-friendly.
A inclusão da bioenergia avançada vai além da diversificação das fontes energéticas. Trata-se de uma abordagem significativamente mais sustentável e resiliente, que garante a Portugal uma considerável segurança energética. Paralelamente, trata-se de uma alternativa que promove a gestão e o reaproveitamento eficiente dos recursos naturais que temos ao nosso dispor, sendo uma clara aposta no desenvolvimento sustentável do país. O aproveitamento de resíduos orgânicos exemplifica como a bioenergia pode integrar-se num modelo de economia circular, reduzindo o desperdício e criando valor a partir de materiais que, de outra forma, seriam descartados. Para as empresas, significa uma redução dos custos operacionais a longo prazo e também a oportunidade de se destacarem em um mercado cada vez mais consciente e exigente em termos de sustentabilidade.
Um exemplo notável dentro da bioenergia avançada é o biometano, uma fonte de energia oriunda do biogás e composta essencialmente por metano. Obtido pela captura de dióxido de carbono e de impurezas contidas no biogás, o biometano é uma solução energética altamente eficiente e versátil, demonstrando um vasto potencial na descarbonização dos setores de mobilidade, especialmente para veículos pesados, e da indústria.
Abraçar a bioenergia avançada e procurar incorporá-la no nosso quotidiano é uma oportunidade de inovar e, acima de tudo, de garantir que todos - empresas, particulares e a sociedade geral - aproveitam um “hoje” melhor que estimule um “amanhã” livre de carbono. Sendo uma catalisadora da sustentabilidade e de oportunidades ambientais e económicas, a bioenergia avançada de segunda geração representa um passo no caminho certo para a prosperidade sustentável de Portugal.
O futuro do país e do mundo depende das escolhas que fazemos. Assim, torna-se vital escolher a bioenergia avançada não em prol das demais alternativas, mas sim complementarmente a estas. Para tal, é necessário agir e desafiar o status quo, construindo um futuro próspero sustentado pela contínua vontade de dar início às mudanças essenciais para moldar um futuro promissor.
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