A transformação da mobilidade na Europa está em curso, sendo que para alcançar os objetivos da Agenda 2030, é crucial a redução das emissões de CO2 provenientes do setor de transportes, que atualmente já ultrapassam 25% das emissões totais na União Europeia. No setor dos transportes rodoviários pesados de passageiros, o caminho da transição energética parece ter escolhido como primeiros passos a melhoria da eficiência energética e a eletrificação das viaturas, sendo estas fundamentais para alcançar a neutralidade carbónica até 2050.
2023 foi um ano de referência para os autocarros urbanos de zero emissões, pois, pela primeira vez na Europa, as vendas destes veículos ultrapassaram as vendas de autocarros movidos a gasóleo, representando quase 30% deste mercado europeu. Já em Portugal as vendas de veículos elétricos e a hidrogénio contabilizaram cerca de 40% do total de pesados de passageiros, não conseguindo ainda ultrapassar os veículos a gasóleo, segundo dados da ACAP - Associação Automóvel de Portugal.
O governo português aprovou o incentivo ao transporte público de 410 milhões de euros, que serão alocados às autoridades de transporte, responsáveis por identificar as medidas mais eficazes para aumentar a procura de transporte público e assegurar a sustentabilidade das operações a seu cargo. Estes incentivos visam remover viaturas particulares individuais das cidades, aumentar a acessibilidade ao transporte público e fomentar a transição energética das operações, ao mesmo tempo que enfrentamos desafios significativos de financiamento e da infraestrutura para combustíveis alternativos.
Inicialmente centrada nos veículos ligeiros, a mobilidade elétrica observa agora um notável avanço em direção ao transporte pesado de passageiros, especialmente em ambientes urbanos, onde os operadores nacionais estão a abraçar a transição a um ritmo elevado. Exemplos disso são a STCP – Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, os TUB – Transportes Urbanos de Braga, a Cascais Próxima ou até a TREVO – Transportes Rodoviários de Évora, que no passado ano descarbonizou a totalidade da sua frota. Estes feitos não só sublinham o compromisso destes operadores com a sustentabilidade, mas também destacam a viabilidade e eficácia das soluções elétricas para o transporte pesado de passageiros nas cidades. Prova disso são as potenciais poupanças, estimadas através do sistema voluntário MOVE+®, que chegam a ultrapassar as 2.000 toneladas de emissões de CO2 no caso dos STCP e dos TUB. Este sistema foi desenvolvido pela ADENE – Agência para a Energia, para a avaliação do desempenho energético de frotas automóveis, e visa demonstrar o compromisso em alcançar padrões elevados de eficiência energética e sustentabilidade no setor de transportes, para além de contribuir para a harmonização da monitorização da eficácia ambiental das medidas adotadas pelas autoridades de transporte locais.
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