BI330 - O Instalador

93 As alterações climáticas, as actuais pressões de índole diversa sobre o sector e a sua necessidade de crescimento (habitação nova e reabilitação) dão um caracter de urgência à mudança que se sugere. Assim espera-se que os organismos responsáveis (por exemplo a ADENE, a DGEG) iniciem de imediato o evidente esforço de revisão e possam abordar a questão de forma faseada, como se sugere, para um resultado mais rápido e útil a curto prazo. UMA REFLEXÃO SOBRE A QUESTÃO DA ENERGIA PRIMÁRIA A1. Energia Primária versus Energia Final Procurou mostrar-se que a abordagem do Regulamento centrada sobre a Energia Primária, acaba por conduzir a uma classificação energética dos edifícios que é ambígua e afastada da realidade do seu real comportamento energético. Porquê, então, continuar a dar à Energia Primária o relevo que tradicionalmente sempre se deu? É uma tradição muito antiga e vem do facto de a maior parte da energia que se consome, há muito que vem dos combustíveis fósseis, questão-chave, mesmo determinante, da Economia mundial e da Geopolítica que a causa e define. Por outro lado, a sua queima é responsável pela emissão de CO2 (e outros GEE- Gases de efeito de Estufa, como o gás Natural, os óxidos de Azoto, etc.) e já há muito que se sabe que tem de haver controlo sobre estas emissões. Os combustíveis fósseis são um recurso, finito, explorados, transformados, transportados, até poderem ser convertidos em Energia Final e esta em Energia Útil. Esta faceta de recurso levou a que fossem classificados como fontes de Energia Primária. Hoje constituem ainda 85% (à escala mundial) 4 do total da energia primária utilizada (em Portugal, apenas ~70%). Se não existisse esta dependência dos combustíveis fósseis, provavelmente não se daria tanta importância ao conceito de Energia Primária e falar-se-ia apenas na produção de Energia Final, aquela que tem de estar disponível, antes do consumo (transformação em energia útil, por exemplo, electricidade, que está disponível nas tomadas das casas, antes de ser usada na iluminação das mesmas). Neste momento fazemos uma transição energética para as Renováveis, cuja etapa primária, como a da sua origem na -inesgotável - energia solar, não

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