BI330 - O Instalador

105 ELETRICIDADE produção de uma matriz fotovoltaica, quer para substituir a energia de pico da rede ou para vender à rede (onde isso é possível). Ou seja, pode ganhar dinheiro e compensar as faturas de energia. E ONDE PODEMOS FAZER ISTO? Existem inúmeros cenários de utilização possíveis. Num edifício de escritórios, por exemplo, o gestor consegue manter a carga total do edifício dentro das limitações de capacidade contratual e otimizar a energia para o carregamento de veículos elétricos, quando possível. Pode também assegurar a continuidade do negócio limitando a potência de carregamento dos VEs, quando a capacidade é baixa. Um armazém de logística, por outro lado, pode querer evitar a utilização da rede ou o limite de proteção de sobrecarga num cenário em que não há capacidade de rede adicional disponível devido a problemas de congestionamento da rede. O software pode assegurar a continuidade da atividade e otimizar o autoconsumo fotovoltaico, evitando os picos de consumo através da descarga da energia solar armazenada durante a noite. Outros edifícios, como as escolas, podem apenas querer reduzir os custos de energia através de uma gestão inteligente da energia, otimizando a fatura de eletricidade da rede e maximizando o autoconsumo fotovoltaico. UM EXEMPLO REAL Para colocar toda a teoria na prática, a Eaton transformou o seu edifício de escritórios num teste real para recolher estatísticas sobre o desempenho da sua abordagem Buildings as a Grid, em Le Mont-sur-Lausanne, na Suíça. A solução incluiu um sistema solar fotovoltaico de 100 kWp no telhado, um sistema de armazenamento de energia de baterias xStorage da Eaton (20 kW de potência e 21 kWh de capacidade), 16 carregadores de veículos elétricos localizados no parque de estacionamento subterrâneo e um carregador rápido DC localizado perto dos lugares de estacionamento no exterior do edifício para utilização do público. O resultado? Até 60% de poupança nas suas faturas de energia em 2022 - apesar do aumento dos preços da energia – e redução das emissões de carbono numa média de uma tonelada por mês. Prevê-se que a procura global de eletricidade por parte dos edifícios inteligentes aumente aproximadamente 25% até 2030. Este crescimento está particularmente concentrado nas zonas urbanas. A necessidade de capacidade da rede poderá aumentar em 15-20% durante a próxima década para suportar a carga adicional dos edifícios inteligentes, o que poderá levar a maiores investimentos em infraestruturas de rede. Os desafios são muitos: Ao pacote legislativo Fit-for-55 da UE, concebido para cumprir o objetivo de 2030 de uma redução de 55% nas emissões de CO2, junta-se o plano REPowerEU. Estas estratégias visam aumentar a resiliência energética em toda a UE, reduzindo mais rapidamente a dependência dos combustíveis fósseis nos edifícios e na indústria. Metas muito positivas, mas exigentes para os detentores de edifícios. A descentralização bem-sucedida da produção de energia, juntamente com a descarbonização e a digitalização dos edifícios, é fundamental. Além disso, as fontes de energia locais renováveis está agora a criar uma procura de monitorização, controlo e otimização rigorosos de fluxos de energia cada vez mais complexos. Tudo isto é necessário para reduzir as emissões de CO2, apoiar a rede, poupar nos custos e - o que é fundamental - garantir a conformidade. Esta mudança exige um novo conceito de edifício. Já não se trata apenas de salas, escritórios, oficinas e outros espaços de trabalho, mas sim de um centro que inclui a otimização flexível da energia e a gestão das energias renováveis ao nível do edifício, além de ser um componente ativo de redes elétricas cada vez mais inteligentes. n

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx