89 DOSSIER EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A longa batalha pela renovação dos edifícios em Portugal As renovações profundas têm um impacto muito mais significativo na poupança energética em comparação com as renovações de nível ligeiro e moderado. No entanto, Portugal é o país dos 28 da União Europeia que apresenta os valores mais baixos de poupança energética nos edifícios residenciais nos três níveis de renovações. Islene Façanha, Associação ZERO O cenário do parque edificado em Portugal é amplamente reconhecido por todos. Quem nunca se queixou ou ouviu alguém reclamar do frio ou calor persistente dentro de casa? Estas queixas estão a aumentar na mesma proporção em que as alterações climáticas se manifestam no nosso quotidiano, inclusive dentro das nossas casas. Com um parque habitacional antigo, onde mais de 70% dos edifícios são energeticamente ineficientes, praticamente todos os edifícios portugueses necessitam de ser renovados. Este número ilustra a gravidade do problema nacional. A onda de renovação é uma prioridade europeia e também reconhecida em Portugal, mas que parece estar esquecida quando olhamos para os níveis de renovação no país. De acordo com o mais recente relatório do JRC (Joint Research Centre), Portugal apresenta um dos piores desempenhos nas renovações. As renovações pro10 Figure 4. Renovation rates in non-residential buildings in the EU28 Member States by renovation level, annual average 2012-2016. Source: JRC, 2020 Savings The specific annual primary energy savings per residential, taking the average of the energy renovations across the EU28 that took place between 2012 and 2016, is estimated to be 19.4 kWh/m2y for ‘light’ renovations, 64.1 kWh/m2y for ‘medium’ renovations and 121.8 kWh/m2y for ‘deep’ renovations. As expected, ‘light’ renovations result in less energy savings in all the Member States, followed by ‘medium’ renovations while ‘deep’ renovations produced the highest amount of savings in all the cases. Figure 5. Specific primary energy savings in residential buildings in the EU28 Member States by renovation level, annual average 2012-2016. Source: JRC, 2020 Differences can be observed between Member States (Figure 5). Latvia, Lithuania and Estonia recorded the highest values for specific primary energy savings from ‘deep renovations’ (395.2 kWh/m2y, 346.2 kWh/m2y, 340.9 kWh/m2y respectively) while the same 3 countries registered values higher than 100 kWh/m2y for savings from ‘medium’ renovations and higher than 40 kWh/m2y for savings from ‘light’ renovations. On the other hand, Portugal recorded the lowest values for energy savings generated from all three levels of energy-related renovations13. From energy renovations of ‘light’ renovation level in non-residential buildings, EU-28 generated 49.7 kWh/m2y of specific primary energy savings. From energy renovations of ‘medium’ renovation level, it generated 116.3 kWh/m2y while energy renovations of ‘deep’ renovation level resulted in 167.1 kWh/m2y specific primary energy savings. As seen in Figure 6, some 13 Not available data for savings from ‘deep’ renovations in Finland. 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% BE HU SK IT CY MT SE EL HR BG NL PL CZ LT RO LV EE FI SI ES AT UK DK DE IE FR PT LU Light Medium Deep Weighted average 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 LV LT EE CZ HU IE AT HR SI DK FR RO LU DE NL SE SK PL BE MT CY BG EL ES UK IT PT FI Economia de energia primária específica (kwh/m2*y) Ligeira Média Profunda Gráfico 1: Poupanças específicas de energia primária em edifícios residenciais nos Estados-Membros da UE-28 por nível de renovação, média anual entre 2012-2016. fundas têm um impacto muito mais significativo na poupança energética em comparação com as renovações de nível ligeiro e moderado. No entanto, Portugal é o país dos 28 da União Europeia que apresenta os valores mais baixos de poupança energética nos edifícios residenciais nos três níveis de renovações. Também nos edifícios não-residenciais, Portugal apresenta as taxas de poupança mais baixas resultantes da renovação ligeira e moderada e o segundo valor mais baixo na renovação profunda, apenas atrás do Reino Unido. Comparativamente com os outros Estados-Membros, a interpretação do relatório pela ZERO indica que Portugal ainda está aquém do desempenho
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