OPINIÃO 69 factores, tais como a rapidez do tipo de carregador, a sobre carga para a rede, a eficiência do tipo de bateria, etc. A estes pontos acresce ainda, no caso das garagens de prédios em propriedade horizontal, o problema de saber quem paga a luz que carrega o carro de quem, pois, normalmente são muitos poucos os carregadores que tem ou contador próprio e ou estejam ligados ao contador da fracção respectiva. No mínimo podemos dizer que este tema gera assembleias de condomínio literalmente elétricas. Mas nem só de veículos terrestres se faz a mobilidade elétrica porque num futuro cada vez mais próximo, em especial nas metrópoles densamente povoadas, as deslocações poderão ser feitas por ar. Um passo muito importante e concreto nesse sentido ocorreu agora na recente Feira Aérea de Singapura na qual a Eve Air Mobility e o gigante Honeywell apresentaram o primeiro resultado concreto da sua parceria. A Eve Air Mobility surgiu em 2017 como uma subsidiária do fabricante de aviões brasileiro Embraer, que, diga-se de passagem, tem fábricas em Portugal, na zona de Évora. Três anos depois, a EAM tornou-se uma companhia independente da casa mãe e em 2021, fez uma fusão com a Zanite Acquisition Corp, empresa de investimentos especializada em tecnologias emergentes. No ano seguinte, a EAM começou a ser cotada no NYSE (New York Stock Exchange) através de uma IPO (Initial Public Offering) transacionando tanto acções como warrants. A política corporate da EAM assenta em três pilares: 1. Foco numa verdadeira mobilidade urbana, enquanto alternativa viável ao tráfego congestionado; 2. Democratização da mobilidade aérea, de forma que seja acessível a todos os estratos sociais, além de segura; 3. Transformação da aviação numa indústria verde, por meio da eletrificação e pondo a sustentabilidade no centro das actividades da empresa. A Honeywell International Inc. é uma empresa norte americana cotada em bolsa e com sede em Charlotte, Carolina do Norte. Trabalha essencialmente em quatro áreas que são a indústria aeroespacial, automação de edifícios, PMT (performance materials e technologies) e SPS (soluções de produtividade e segurança). A empresa ficou em 115º lugar na lista da Fortune 500 a nível mundial. O filho desta colaboração é um avião do tipo EVTOL (Electric Vertical Take-off and Landing Vehicle) vocacionado para os meios urbanos e com um raio de acção de 100 quilómetros e capacidade para descolar e aterrar verticalmente. A capacidade da cabine dá para quatro pessoas mais o piloto, mas quando for possível voar em modo autónomo poderá levar seis pessoas. Um detalhe interessante é a configuração da cabine que a torna acessível a pessoas que se desloquem em cadeira de rodas. Há já várias cidades e zonas interessadas na implementação do EVTOL, tais como a região Ásia-Pacífico, cheia de cidades muito densamente povoadas, Londres, Rio de Janeiro, Miami-Dade ou a Ilha Juju, na Coreia do Sul. Mas a mobilidade elétrica também já chegou ao mar. Um bom exemplo é a parceria a entre a Polestar, empresa sueca conhecida pelos seus automóveis elétricos, e o construtor naval sueco Candela, com a primeira a fornecer as baterias que equipam os barcos da segunda. Com tudo isto o futuro da mobilidade elétrica será… eletrizante. n
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