BI317 - O Instalador

70 ENERGIA mento do seu potencial energético, na prática pouco se fez para concretizar essa capacidade. A única instalação em funcionamento, ainda que, e mais uma vez, no plano meramente experimental, é a Central de Ondas do Pico que é uma estrutura de produção de energia elétrica a partir da energia das ondas do mar situada no Porto do Cachorro, na ilha do Pico, Açores, em funcionamento desde 1999 com uma potência instalada de 400 kW. É a primeira central a utilizar a tecnologia da coluna de água oscilante em conjunto com uma turbina Wells A única tentativa além desta e que já remonta à primeira década do século passado foi a instalação da tecnologia Pelamis, também conhecida como cobra de água, ao largo do Litoral Norte e na chamada Zona Piloto. A zona piloto foi uma experiência legislativa e tecnológica realizada entre 2008 na zona de Aguçadora, ao largo da costa da Póvoa do Varzim e que consistiu na única tentativa consistente para tentar explorar o potencial energético da energia das ondas, ainda que limitada no espaço, em termos tecnológicos e no enquadramento legislativo. Este projeto previa inicialmente uma capacidade de 2,25 MW correspondendo ao consumo médio de 1.500 residências. Funcionou apenas 2meses. A empresa detentora da tecnologia aplicada aí faliu em 2014. O respetivo regime legal, aprovado pela Lei n.º 5/2008, de 12 de Fevereiro. só previa a realização daquela atividade na designada zona piloto, sendo essa a razão de se entender haver uma exclusividade geográfica, limitação que foi uma das principais causas do fracasso do projeto. Essa situação manifesta-se também em barreiras tecnológicas, legais e de natureza combinada. As barreiras tecnológicas consistemem haver um atraso relativo das tecnologias para aproveitamento da energia das ondas emarés quando comparado com o estádio de desenvolvimento de outras fontes ditas renováveis. Ao mesmo tempo este atraso condiciona o interesse na exploração comercial das ondas emarés enquanto fonte de produção de energia. E esse condicionamento leva a que haja menos interesse no desenvolvimento tecnológico para o aproveitamento das ondas e marés enquanto fonte de produção energética. Mal comparado é uma situação equivalente aos estudos que se faziam nos anos 60 e 70 do Século XX sobre os carros elétricos. É fundamental chegar ao que chamaríamos “fase TESLA” da energia das ondas e marés. Donde é urgente o salto tecnológico e para que isso aconteça é necessário conhecer todos os fatores geomorfológicos que podem influenciar a capacidade de produção de energia das ondas e marés. Alguns exemplos: os fundos dos solos marítimos, as zonas de rebentação, os fluxos das marés, a sedimentação das areias, as rochas existentes, a profundidade, as correntes, os declives marinhos, etc.

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