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OPINIÃO 46 Carmen Lima* 50 anos depois Faz 50 anos do primeiro anúncio do futuro aeroporto internacional de Lisboa. Faz 50 anos do primeiro evento do Dia da Terra. Nestes 50 anos o que mudou? Em 50 anos tudo mudou. O Planeta mudou, a economia mudou, a vida mudou, as pessoas mudaram, os hábitos mudaram, o turismo mudou, mas o projeto do novo aeroporto internacional de Lisboa continua o mesmo! Não há qualquer dúvida de que, nestes 50 anos, o nosso planeta mudou e mudou muito. Se há 50 anos, milhões de pessoas juntaram-se nas ruas dos Estados Unidos para exigir umamelhor qualidade ambiental, atualmente é crucial tomar medidas e ações para garantir que esse objetivo é realmente concretizado. Os riscos são reais e à escala global. A floresta Amazónia enfrenta constantes ameaças, as calotas de gelo da Antártica e da Gronelândia estão em risco eminente, a grande barreira de corais apresenta cada vez mais os efeitos destruidores da poluição e o deserto do Saara já mostra mudanças significativas. Nestes 50 anos o planeta mostrou, gradualmente, as consequências da ação humana na biodiversidade, da gestão insustentável dos recursos naturais, do incorreto destino das emissões gasosas, líquidas e dos resíduos. Nestas cinco décadas muito foram as evidências deste impacte ambiental, com consequências para a saúde da humanidade. Face a estes fatos as lições terão que ser aprendidas e as políticas terão que ser cada vez mais ajustadas. O primeiro evento que assinalou o Dia da Terra foi um dos maiores eventos cívicos da história da humanidade, em qualquer lugar do mundo. Passaram 50 anos e continuamos com a mesma preocupação – garantir a qualidade ambiental da humanidade. Nestas cinco décadas, cientistas, políticos, empresários, gestores públicos, ativistas e a sociedade civil apelou para a adoção de medidas de mitigação dos efeitos ambientais e na saúde, como as alterações climáticas, com estratégias que promovam a mudança de hábitos e de paradigmas, que previnam efetivamente o efeito devastador que estes fenómenos estão a ter, e continuarão a ter, nas populações mais vulneráveis. Muitos países assumiram o compromisso de reduzir as emissões poluentes (de gases com efeito de estufa - GEE), de regular as políticas de gestão ambiental e de definir inclusive metas climáticas. Foi o caso da União Europeia (UE) que determinou o ano de 2030 como meta para reduzir em, pelo menos, 55% os GEE comparado com os valores de 1990. Uma ambição que coloca a UE numa trajetória correta e sustentável para alcançar a neutralidade climática até 2050. Para tal muito terá que ser ajustado, muito terá que ser adaptado e muito terá mesmo que mudar. É ESTE O COMPROMISSO, A MUDANÇA Mas, apesar desta degradação ambiental, mais do que evidente, nestes 50 anos, na prática nada mudou nos planos para o novo aeroporto internacional de Lisboa, a não ser a localização. Alternamos entre a Margem Sul e a Área a Norte de Lisboa, gastando dinheiro em estudos e projetos para

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