70 RENOVÁVEIS | ATUALIDADE REPowerEU e a transição energética Susana Serôdio e Ricardo Ferreira APREN Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a transição do gás natural para energias limpas ganhou uma relevância ainda maior na Europa e posicionou-se enquanto um dos tópicos mais discutidos pela opinião pública. A urgência passou a ser a redução da dependência energética e consequente segurança do abastecimentode energia. A União Europeia (UE) importa 90%do gás que consome, sendo a Rússia responsável por mais de 40%do consumo de gás da UE, 27% das importações de petróleo e 46% das importações de carvão. A tomada de posição da UE perante a invasão levou a várias sanções aplicadas à Rússia, e o resultado foi, entre outros, o aumento do preço do gás natural para valores acimado triplodoperíodohomologo do ano passado. Considerando a dependência energética dos países europeus, e a forma como está estabelecido e organizado o fornecimento do gás natural, não existe alternativa viável à compra do gás russo. A resposta da Comissão Europeia (CE) surgiu através da iniciativa REPowerEU, que estabelece novas ações emedidas para intensificar a produção de energia verde, diversificar o abastecimento, e reduzir a dependência energética, centrando-se principalmente em soluções que reduzamo recurso ao gás, embora tenha como objetivo tambémeliminar a dependência do petróleo e carvão provenientes da Rússia. Foram estabelecidos objetivos para o final do ano de 2022, e as metas definidas no pacote Fit for 55 para 2030 aumentaram de ambição. Acrescentaram-se tambémmetas relativas à independência, nomeadamente através do aumento da produção e importação de hidrogénio para 20 milhões de toneladas e de biometano para 35 mil milhões de m3, até 2030; o
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