BI302 - O Instalador
CHILLERS | INVESTIGAÇÃO 23 procedimentos e custos associados, na maioria dos casos, o equipamento está vazio de gases F no momento em que começa a ser gerido como resíduo. A transição da UE para a quarta gera- ção de refrigerantes de baixa GWP está em curso. Foram feitos grandes esforços de investigação sobre refri- gerantes naturais (com problemas de toxicidade e/ou inflamabilidade), hidrofluoroolefinas (HFOs), HFC de baixa GWP, e sobre novas misturas de HFC-HFO (com baixa toxicidade e inflamabilidade zero). Algumas misturas de HFC-HFO já estão a substituir os HFC na refrigeração comercial e industrial. Exemplos disso são R-448A e R-449A, (misturas de R-32, R-125 e R-134a com HFOs 1234yf e 1234ze), e R-450A e R-513A (misturas de HFC R-134a com HFOs R-1234ze e R-1234yf, respetivamente). Note-se que estas novas alternativas, devido ao seu estatuto de novos produtos, são protegidas por patentes industriais, o que representa um custo adicio- nal para a sua utilização, enquanto os gases fluorados recuperados não estão sujeitos a impostos adicionais. Portugal, França e Espanha reduziram ligeiramente as suas emissões (estes são dados oficiais que não incluem as emissões provenientes do mercado ilegal). Esta redução deve-se aos esfor- ços destes governos nacionais que puseram em prática um conjunto de medidas fiscais, legislativas, voluntárias e informativas na sequência de acordos globais e, mais especificamente, de regulamentos europeus. PORQUÊ RECICLAR OS GASES FLUORADOS? A ausência real de tecnologias desen- volvidas para reciclar os gases F no fim do ciclo de vida afeta conside- ravelmente o setor da refrigeração porque a maior parte dos gases F são incinerados. Existe uma neces- sidade fundamental não só de reduzir a libertação de gases F na atmosfera, mas também de separar e reciclar HFC puros no fim de vida útil do equipamento de refrigeração e ar condicionado, de os reutilizar e reciclar na produção subsequente de refrigerantes de quarta geração, aplicando uma verdadeira economia circular. A investigação de tecnologias baseadas em materiais ecológicos que capturam, separam e reciclam eficazmente os gases fluorados é essencial para desenvolver processos sustentáveis que reduzam o impacto superior ao CO 2 e têm uma vida útil atmosférica alargada de até 50.000 anos. Isto significa que pequenas concentrações atmosféricas destes gases F têm grandes efeitos sobre a temperatura global e, portanto, sobre as alterações climáticas. O PROBLEMADAS EMISSÕES DE GASES FLUORADOS Embora as emissões de todos os outros GEE na UE tenhamdiminuído, as emis- sões de gases fluorados aumentaram. A contribuição dos gases F para o total dos GEE aumentou de 1,5% para 3,5% em Espanha, de 2% para 5% em França e de 0% para 5% em Portugal. As emissões atmosféricas de gases F ocorrem durante o ciclo de vida do equipamento, mas tambémdurante o seu processo de fabrico e, como con- sequência, de resíduos não tratados. Atualmente, estima-se que quase 4 mil milhões de equipamentos de refrige- ração estão a ser utilizados em todo o mundo. Este número pode aumentar para 14 mil milhões até 2050, como resultado do aumento da temperatura global. Sem acordos internacionais e sem aplicação de legislação a nível internacional, prevê-se que as emis- sões diretas e indiretas dos setores do ar condicionado e da refrigeração aumentem pelo menos 90% a partir dos níveis de 2017 até 2050. No mercado europeu os refrigerantes mais utilizados são R-134a (1,1,1,2-tetra- fluoroetano) como gás puro, emisturas contendo R-32 (difluorometano), R-125 (pentafluoroetano) e R-134a, tais como os refrigerantes R-404A, R-407F e R-410A. Altas taxas de fuga, manuseamento incorreto do refrigerante durante a manutenção e eliminação ou libertação imprópria de gases F de equipamentos contendo refrigerantes de alto GWP, fazem deste equipa- mento um contribuinte importante para o aquecimento global. De facto, uma vez que a gestão e tra- tamento dos gases F tem inúmeros
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